O que mais me marca nessas visões, é a minha nada sutil hesitação. Não é o cenáriovintage, o tremular das folhas ao vento gélido, nem o vai e vem dos carros. Até os figurantes passam desapercebidos… Tudo, na verdade, parece meio estático e desfocado, com aquela insistente hesitação em negrito. Pouco do que se passa do lado de fora me chama atenção, mas posso notar cada milímetro de todo o titubeio do meu relutante coração dentro do peito.
O diretor dessa cena deu um close no apego. No foco dessa lente estão o medo das mudanças e a perda de tesouros emocionais – de fases que, uma vez abandonadas, serão apenas vagas lembranças agridoces. Abraço-as todas por dentro, numa despedida prolongada, como se faz com os amores que se deixa ao longo do caminho. Sofro por antecipação de tudo o que não viverei mais.
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